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ARTIGO ORIGINAL

Enxerto livre de artéria mamária interna: resultados imediatos e tardios

Luiz Carlos Bento de SouzaI; Paulo Chaccur; Jarbas J DinkhuysenI; Antoninho S ArnoniII; Camilo Abdulmassih NetoI; Ricardo PavanelloIII; J. Eduardo M. R SousaI; Paulo P PaulistaII; Adib D JateneIII

DOI: 10.1590/S0102-76381989000300001

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Discussão

DR. LUIZ BÓRO PUIG
Sâo Paulo, SP

O emprego de enxerto arterial livre na revascularizacáo direta do miocárdio tem sua justificativa na sua provável duradoura perviabilidade, comparável à da artéria mamária in situ. O maior uso das duas artérias mamárias, da artéria gastroepiplóica e, agora, das duas artérias epigástricas oferece ao cirurgião extensão de enxerto arterial suficiente par revascularizar quase todos os ramos coronarianos. O que é necessário, no entanto, é demonstrar que os enxertos arteriais livres, no mínimo, se comportem como as pontes de veia safena no pós-operatório imediato, mas tenham maior perviabilidade no pós-operatório tardio, sem sofrer alterações degenerativas de suas paredes. Os dados referidos na literatura são escassos a esse respeito. No presente trabalho, o pequeno número de pacientes submetidos a cinecoronariografia pós-operatória também não permite a análise da incidência de pontes pérvias de enxerto livre. Parece que o ponto crucial do desempenho do enxerto arterial livre está localizado na anastomose proximal. O nosso trabalho sobre enxerto livre de artéria epigástrica, com estudo cineangiográfico pós-operatório realizado em quase todos os pacientes, tem nos deixado a impressão de que o emprego de um retalho de veia ou de pericárdio suturado à aorta, intermediando a anastomose do enxerto arterial, oferece melhores resultados. Gostaria que o Dr. Luiz Carlos comentasse esta tática cirúrgica, uma vez que ele não a emprega.

DR. SOUZA
(Encerrando)

Agradeço os comentários efetuados e, em relação à pergunta do Dr. Puig, diria que, na maioria dos pacientes, não há necessidade de se utilizarem táticas diferentes na realização da anastomos proximal, ou seja, é possível realizá-la com critério, desde que se use pinçamento aórtico total, e não o pinçamento parcial, tangencial, que não permite um campo ideal para esta sutura, e que o calibre da mamária não seja inferior a 2mm, pois que a desproporção de calibres seria muito grande. Nestas eventualidades, talvez possamos usar o expediente do retalho de veia ou pericárdio. Outra manobra interessante é a de anastomosar proximalmente a mamária na porção inicial, juxta-aórtica, de enxertos venosos (safena) realizados no mesmo programa cirúrgico ou em intervenções anteriores.

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