INTRODUÇÃO
O tratamento cirúrgico da isquemia miocárdica tem evoluído muito nas últimas décadas. Vários tipos de enxertos têm sido utilizados para a revascularização do miocárdio, sendo a artéria torácica interna o conduto de escolha para o ramo interventricular anterior. Serão relatados os casos de paciente no qual, após a ressecção do segmento arterial lesado, foi reconstruída a artéria coronária direita por anastomose direta dos cotos e, a seguir, outro paciente no qual foi utilizado um segmento de artéria torácica interna esquerda em ponte coronária-coronária na zona da obstrução.
RELATO DOS CASOS
W. T. 60 anos, sexo masculino, branco, sentiu dor precordial quando caminhava, acompanhada de síncope. Socorrido prontamente. O ECC revelou isquemia diafragmática e bradicardia acentuada; o estudo hemodinâmico revelou lesão de 90% no RIA e de 99% no início da CD (Figura 1). Foi submetido a revascularização do miocárdio através de enxerto de ATIE para o RIA e reconstrução da CD por ressecção do segmento lesado e anastomose dos cotos, como mostra a Figura 2.
N. E. S. 40 anos, branco, sexo masculino, diabético e dislipidêmico. Apresentou angina instável e a cineangiocoronariografia revelou lesão de 99% no RIA e lesão de aproximadamente 80% no terço proximal da CD (Figura 4). Foi submetido a revascularização do miocárdio após enxerto de ATIE no RIA, e um segmento de ATIE em ponte intercoronariana, como mostra a Figura 3, ou seja, uma ponte coronária-coronária.
Fig. 1
Fig. 2
Fig. 3
Fig. 4
RESULTADOS
Com um seguimento de 8 meses, ambos os pacientes estão clinicamente bem. Foram submetidos a eletrocardiograma, teste de esforço e ecocardiograma; não apresentam sinais de isquemia ou infarto na região diafragmática. Não foi realizado estudo cineangiocoronariográfico.
COMENTÁRIOS
Nas últimas décadas, vários tipos de enxertos têm sido utilizados para a revascularização do miocárdio, sendo a ATIE o conduto de escolha para o RIA pela sua duração, mesmo após os dez anos.
No primeiro caso, o segmento lesado era relativamente curto e a parede da coronária normal, antes e após a lesão. Depois de ampla liberação, optou-se pela exérese da lesão e anastomose término-terminal.
No segundo caso, foi utilizado um segmento de aproximadamente 4 cm da ATIE em ponte coronária-coronária. As anastomoses foram de fácil feitura, mantendo-se pérvias.
Assim, pudemos utilizar uma só ATI para a revascularização de duas artérias coronárias.